este desafio foi feito ao Nuno Xarepe: cada um envia ao outro 2 imagens
que depois escolhemos 1 e escrevemos um pequeno episódio como se fosse
de um livro. esta foi a imagem que escolhi e este foi o texto que escrevi.
-
JÁ ESTOU FARTA DISTO, MIGUEL! – gritou a mãe na cozinha. Com um gesto rápido tira a varinha do bolso, agita-a no ar, volta a guarda-la e continua a
mexer lentamente o arroz doce que estava ao lume. Ouve os passos apressados do
jovem até junto dela e quando chega, sorri ao ver o ar chocado no seu rosto
enquanto esbraceja com os braços sem conseguir emitir um som.
-
Quantas vezes é que já te disse que nada de asneiras aqui em casa? Pelo menos
não quero ouvi-las.
Com
um estalar de dedos da mãe, as mais variadas flores primaveris que cresciam da
boca do filho e que cobriam a cara quase toda, foram desaparecendo.
-
Ó mãe… elas tinham um sabor horrível…
-
Preferias que fosse queijo que tanto detestas?
-
Preferia que não tivesses essa varinha…
- Dá-te por contente por
não te por pimenta na língua ou por não te lavar a boca com sabão azul e branco como o
resto das mães…
para a imagem e o texto do Nuno (link do blog), cliquem neste link Desafio Aceite, Nuno ou aqui aqui de seguida. Uma das 2 imagens que enviei e que ele escolheu, foi esta. O texto vem já de seguida. Adorei o texto dele!
Joana,
quando acordou naquela Sexta-Feira, tinha tudo para ser uma rapariga
feliz. Um dia solarengo de Verão, a companhia do seu cão e uma chávena
de café - que de pequena tinha muito pouco. Havia tirado o dia de folga e
resolvera passear com o seu cão manhã adentro. Mas há dias e dias, e
aquele não era apenas mais um dos dias de Joana. Toda aquela serenidade
que lhe chegava através do som angelical
do canto dos pássaros, do esvoaçar das borboletas e do azul do céu que a
cobria, em tudo contrastava com o seu estado de espírito, frio e
nevoento. Era um dia de Inverno para Joana, escuro e chuvoso. Cada pingo
da chuva trazia consigo memórias associadas a mágoa e tristeza. Mas
esta rapariga, a Joana que todos conhecem, aquela que colhe flores e as
põe atrás da orelha, que capta cada momento mágico para mais tarde
publicar no instragram, não se deixa ir abaixo assim. Contra tudo e
todos, enfrentou o que este dia lhe tinha reservado, escapando entre
cada pingo da chuva, e contra todas as leis da física acendeu um cigarro
nesta sua sexta-feira chuvosa. Com o cabelo a pingar, atado e com um
cigarro na mão percebeu que apesar da sexta-feira negra, tinha tudo para
ser feliz. Foi neste dia que aquela rapariga percebeu que a vida é um
choque diário entre o eu interior e o meio exterior. E que é nessa linha
ténue, onde se cruzam estas duas realidades, que reside a felicidade.
E porra, podem tentar de tudo, que essa tal Joana vai continuar a ser feliz!
****
Desafio aceite e cumprido!! Venha o próximo smile emoticon
E porra, podem tentar de tudo, que essa tal Joana vai continuar a ser feliz!
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